O tempo, embora relativo, nunca se fez tão concreto como depois que eu me tornei mãe.
É sério, antes eu até tinha alguma noção da passagem do tempo, mas ela parecia morosa, discreta, chegando ao ponto de conseguir ser considerada lenta.
De vez em quando eu parava um pouco para pensar no passado e me dava conta de que: nossa, já faz tudo isso de tempo?
É travesso esse rapaz chamado tempo. Nos faz parecer que é longo e eterno, mas não nos deixa saber exatamente quanto longo é de verdade. E nem nos damos conta disso, pois ficamos deslumbrados com a ideia do que o futuro nos aguarda.
No entanto, desde que meu filho nasceu, minha noção de tempo mudou completamente.
Hoje, cada segundo conta, e conta muito!
Consigo sentir o vento rápido passando pelo meu rosto enquanto o tempo faz a sua corrida matinal e desemboca sem pensar muito no final da noite.
E sabe como foi que eu passei a notar a rapidez com que esse moleque travesso de asas nos pés nos atravessa e nos coloca no futuro?
Com o crescimento do meu filho. Com o desenvolvimento diário dele.
Ontem ele cabia direitinho no meu colo. Dava para envolvê-lo completamente. E ali ele ficava, aninhado, quietinho.
Hoje ele já ocupa quase toda a cama e, quando se estica, alcança o topo da cômoda onde eu escondia alguns objetos que não queria que ele pegasse.
Cada vez que olho para ele e para as transformações que estão ocorrendo (rosto, cabelo, corpo, comportamento), percebo que o tempo não está dando trégua, e continua correndo mais do que eu poderia querer.
Às vezes fico com medo de piscar e descobrir que ele está com 15 anos.
É, eu sei, para a maioria das mães o sentimento deve ser esse mesmo, mas eu acho que mereço um desconto, já que é o meu primeiro filho e mãe de primeira viagem está sentindo tudo novo, hehe.
Ver os filhos crescerem, de alguma forma, nos lembra que o tempo também está passando para nós e, talvez, nos dê mais noção da finitude.
No entanto, isso não deve ser um motivo para baixar a cabeça e ficar triste. De jeito nenhum!!
Penso que essa é a maior comprovação que temos de que precisamos viver cada segundo realmente como se fosse o último.
Aproveitar cada segundo de abraços, cheiros e amor. Já que o senhor tempo não vai parar, temos que segurá-lo em nossa memória com as lembranças mais lindas que pudermos construir.
Agora meu filho não cabe mais tão certinho no meu colo, e eu sei que a tendência é que ele fique com cada vez menos espaço para o seu corpo.
Mas o colo ainda estará lá, mesmo que seja apenas para descansar a cabeça antes de recomeçar as batalhas.
O tempo passa, mas o amor é para sempre!
Mãe atípica e editora chefe do blog.
